Em atendimento virtual, servidora é destratada por advogado e sindicato reage com nota de repúdio

O comportamento de um advogado durante o atendimento virtual com uma servidora da 17ª Vara do Consumidor de Salvador, causou indignação ao Sindicato dos Servidores do Serviços Auxiliares do Poder Judiciário do Estado da Bahia (SINTAJ).  Ao longo da conversa o advogado se mostrou desrespeitoso com a servidora o que levou o sindicato a emitir uma Nota de Repúdio contra o fato, na  segunda-feira (2).

De acordo com o órgão, a situação começou quando o advogado Mateus Nogueira questionou a trabalhadora por estar realizando o atendimento com a câmera da plataforma desligada. Após ouvir a resposta da servidora de que o Tribunal não obrigava o atendimento ser feito com o equipamento de captura de imagem ligado, Nogueira solicitou o nome e o cargo da atendente afirmando proceder com queixa na corregedoria.

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Ao tomar conhecimento da situação de caráter desrespeitosa e intimidatória, o SINTAJ redigiu uma nota de repúdio e publicou no próprio site. “A postura do advogado mostra o total desconhecimento do profissional sobre o funcionamento do balcão virtual e o que é dever ou não do servidor”, diz o texto. Além disso, informou que está “tomando todas as medidas cabíveis para auxiliar e defender a servidora”.

Ao Bnews, o advogado Mateus Nogueira explicou o acontecido. “Entrei em contato com o balcão virtual após cerca de oito tentativas dos estagiários do escritório em diligenciar um processo, sem sucesso. Para minha surpresa a servidora estava com a câmera desligada, o que descumpre a normativa do Conselho Nacional de Justiça que é do atendimento ser por videoconferência, ou seja, áudio e imagem”. Nogueira disse ainda que questionou sobre o motivo da câmera está desligada e ouviu “em tom de deboche” a resposta de era porque e servidora “queria”. Foi a partir daí que ele confessa ter pedido o nome e cargo dela para registro de queixa na corregedoria.

Diante da situação desgastante com a trabalhadora, ele resolveu ir pessoalmente ao Tribunal e para surpresa do advogado “o nome que tinha da trabalhadora ou era errado ou ninguém conhecia ela no local”, disse.

“Vou ingressar com uma ação indenizatória e direito de resposta contra o SINTAJ já que a nota divulgada tem viés difamatório e conta os fatos de maneira distorcida”, avisa, acrescentando que jamais denigriu a atuação dos servidores e sim um atendimento com trabalhadora específica. “Ao meu ver ela infringiu as regras de trabalho virtual e num lugar de trabalho temos que seguir regras”, concluiu

Além da representação que irá encaminhar à corregedoria, o advogado já denunciou o fato à Ordem dos Advogados da Bahia (AOB-BA).

Leia a nota do SINTAJ na íntegra:

"O SINTAJ vem a público repudiar a atitude do advogado Mateus Nogueira durante o atendimento virtual com uma servidora da 17ª Vara do Consumidor. Ao longo da conversa, Nogueira exigiu que a trabalhadora ligasse a câmera da plataforma através da qual estava acontecendo o atendimento.

Por ela estar com a câmera desligada, o advogado iniciou um tratamento extremamente desrespeitoso e intimidatório para com a servidora, dizendo que ela tinha a obrigação de deixar a câmera ligada, já que o artefato é comprado com dinheiro público. A servidora afirmou que o Tribunal não impunha essa obrigatoriedade e Nogueira pediu o nome e o cargo desta, afirmando que iria dar uma queixa na corregedoria.

A postura do advogado mostra o total desconhecimento do profissional sobre o funcionamento do balcão virtual e o que é dever ou não do servidor. O que o causídico tentou fazer parecer responsabilidade com o dinheiro público é apenas capricho pessoal. O SINTAJ já está tomando todas as medidas cabíveis para auxiliar e defender a servidora, firmando ainda nosso compromisso com a defesa dos interesses da categoria."

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