Política

Retrospectiva 2020: O ano de Bruno Reis

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BNews registra os fatos que marcaram a cena política baiana e nacional  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 28/12/2020, às 17h25   Henrique Brinco



O ano de 2020 na cena política foi marcada pela eleição municipal e pelas eleições de vereadores. Contudo, a cena política teve que se reinventar diante da pandemia da Covid-19. Sem debates na TV e sem as tradicionais aglomerações de comícios e das passeatas, os postulantes precisaram recorrer a mídia para aparecer.  Em contrapartida, no cenário nacional, o presidente Jair Bolsonaro seguiu protagonizando polêmicas dos mais diversos tipos.

O BNews relembra agora os principais fatos da política durante o ano de 2020:

CENA LOCAL

O ano de Bruno Reis

O início da campanha política de em 2020 começou logo no dia 6 de janeiro, em uma convenção do partido Democratas no Hotel Fiesta. Na ocasião, o vice-prefeito Bruno Reis foi alçado ao posto de pré-candidato a prefeito de Salvador após semanas de intensas articulações e especulações sobre quem seria o seu vice. O evento também ficou marcado pelos primeiros indícios de que o prefeito ACM Neto será candidato ao Governo da Bahia em 2022.

Major Denice, o tapa-buraco do PT

O PT enfrentou diversos imbróglios até escolher um candidato para enfrentar o grupo carlista. Diante do recuo de Guilherme Bellitani no final de 2019, o governador Rui Costa (PT) saiu em busca de um nome competitivo para fazer frente a Bruno. Paralelo a isso, o PT também fez prévias internadas. Em 30 de janeiro, Rui confirmou, pela primeira vez, que a major Denice seria um dos nomes para disputar a prefeitura de Salvador. “Denice é um dos nomes, mas prefiro que a gente possa divulgar oficialmente após as conversas com as lideranças e o Partido dos Trabalhadores. As pessoas querem políticos que cuidem das pessoas. O povo não quer aliados do governo, para não repetir o que o governo federal faz. Então, vai ganhar força alguém que represente sentimento de mãe, acolhedor, de mulher, para cuidar da saúde, da educação, do social”, declarou, na ocasião. Por fim, o peso da caneta prevaleceu e o PT se viu obrigado a concordar com a indicação de Denice.

Campanha remota e acalorada no TRE

Os candidatos Bruno Reis (DEM) e Major Denice Santiago (PT) judicializaram a campanha de 2020 em Salvador. Ambos moveram centenas de ações mútuas na tentativa de ganhar algum protagonismo midiático e abocanhar alguns segundo a mais de exposição na TV. Denice reclamou bastante da exploração da imagem do prefeito ACM Neto nas propagandas de Bruno. Já o democrata se apegou a pequenos erros cometidos pelo marketing eleitoral da Major.

Bruno Reis continua legado de Neto

O candidato Bruno Reis (DEM) foi considerado prefeito eleito de Salvador com 63,61%%, na noite do dia 15 de novembro, com 70.03%% das urnas apuradas. A Major Denice Santiago (PT), que obteve 18,82% até o momento, reconheceu a derrota em coletiva de imprensa no comitê de campanha, localizado na Avenida ACM. Naquela ocasião, não havia mais chance de segundo turno. "Nós saímos muito maiores do que entramos. Eu estou muito maior. Estou extremamente realizada como pessoa, mulher, negra periférica", declarou a petista, que foi ovacionada pelos correligionários no local

Oposição menor na Câmara de Salvador

A oposição da Câmara de Salvador, que já era pequena, vai ficar ainda menor a partir de 2021. Agora, após a perda de nomes importantes, a bancada contará apenas com nove vereadores (antes eram 11) em partidos oposicionistas: Augusto Vasconcelos (PCdoB), Hélio Ferreira (PCdoB), Luiz Carlos Suica (PT), Maria Marighella (PT), Marta Rodrigues (PT), Sidninho (Podemos), Silvio Humberto (PSB) e Tiago Ferreira (PT). Deste grupo, ressalte-se que os vereadores do Podemos estão cada vez mais próximos do Palácio Thomé de Souza. Não conseguiram se eleger os oposicionistas Aladilce Souza (PCdoB), Ana Rita Tavares (PT), José Trindade (PSB), Marcos Mendes (PSOL) e Toinho Carolino (Podemos).

Feira de Santana e Vitória da Conquista tiveram segundo turno

A campanha em Salvador pode ter sido fria, mas o que animou o ano eleitoral foram os segundos turnos em Feira de Santana e Vitória da Conquista. Apesar dos candidatos petistas Zé Neto e Zé Raimundo chegarem perto da vitória, o eleitorado decidiu reeleger os atuais prefeitos Colbert Martins e Herzem Gusmão.

Segue o líder! Geraldo Júnior consegue maioria na Câmara

Em 17 de novembro, o presidente da Câmara de Salvador, Geraldo Júnior (MDB), formou mairia se reeleger na Câmara Municipal de Salvador. O BNewsapurou em primeira mão  junto aos vereadores e contabilizou os votos os votos. Naquele dia, além do voto dele próprio, Geraldo reuniu 22 apoios dos 43 vereadores da casa até às 18h32. Além destes, três vereadores afirmaram que tendem a votar no emedebista caso o cenário não mude. Nos dias subsequentes, outros edis foram declarando mais apoios e a tendência é que Geraldo seja reeleito no dia 2 de janeiro.

O banho de água fria de Nelson Leal

O presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, Nelson Leal (PP) viu naufragar os seus planos de tentar se reeleger na Casa após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que vetou a continuidade de mandatos na mesma legislatura na Câmara Federal e no Senado. 

Os três baianos cassados

Paralelamente às eleições, também chamaram a atenção as cassações de três deputados estaduais baianos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Saíram de cena o Pastor Tom (PSL), Targino Machado (DEM) e Marcell Morais (PSDB). O primeiro  não apresentou “prova da filiação partidária” no momento em que requereu registro de candidatura para as eleições de 2018. Já os dois foram condenados por abuso de poder econômico. 

CENA NACIONAL

Moro cai atirando

A demissão do ministro da Justiça, Sérgio Moro, foi o primeiro grande abalo do ano no governo Bolsonaro. Convidado para ocupar uma vaga de "superministro" na equipe do Palácio do Planalto, o ex-juiz da Lava Jato pediu demissão no dia 24 de abril e saiu atirando. Ele decidiu sair da pasta alegando a interlecutores que não "iria rasgar a biografia dele para permanecer no governo", já que não tinha mais carta branca e nem autonomia para atuar no ministério. E ainda apontou uma suposta intenção do próprio Bolsonaro de intervir na Polícia Federal. Como prova, apresentou um vídeo de uma polêmica reunião ministerial em que o chefe máximo da nação teceu declarações bastante controversas.

Foto: Agência Brasil

As reunião ministerial de bolsonaro

Em 22 de maio, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Celso de Mello, retirou o sigilo do vídeo da reunião ministerial que ocorreu no dia 22 de abril com o presidente da República Jair Bolsonaro. O material foi peça-chave para apurar as denúncias do ex-ministro da Justiça Sergio Moro. Na gravação, além de orientações sobre a Polícia Federal, Bolsonaro teceu palavrões . Também chamaram a atenção das declarações de ministros presentes no encontro. Abraham Weintraub (Educação) defendeu a prisão de ministros do STF. Já Ricardo Salles (Meio Ambiente) defendeu que o governo "passasse a boiada" (aprovasse projetos polêmicos) no Congresso Nacional durante a pandemia do novo coronavírus.

A "fuga" de Weintraub

Em 18 de junho, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, deixou o governo Bolsonaro diante da repercussão negativa e processos no STF após a divulgação do vídeo da reunião minsterial.  "Agradeço a todos de coração, em especial ao presidente Jair Bolsonaro. O melhor Presidente do Brasil! Liberdade!", escreveu, nas redes sociais. Após a demissão, Weintraub seguiu para os Estados Unidos se autointitulando como um "exilado político". A oposição interpretou a saída do país como uma "fuga" do bolsonaristas para escapar dos processos que responde no Brasil.

Queiroz encontrado e as encrencas de Flávio Bolsonaro 

O senador Flávio Bolsonaro se envolveu em inúmeros escândalos ao longo do ano com as revelações sobre o caso das "rachadinhas" enquanto ainda era deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). E uma pergunta virou motivo de chacota nas redes sociais: "Onde está Queiroz?" Para o espanto geral da nação, o ex-assessor do parlamentar foi encontrado na casa de Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro e do presidente Jair Bolsonaro, no município de Atibaia (SP).

Senador foi flagrado com dinheiro no "bumbum"

A Polícica Federal (PF) classificou o senador e ex-vice-líder do governo Chico Rodrigues (DEM-RR), flagrado com dinheiro na cueca, como líder de um esquema que desviava recursos da pandemia destinados ao estado de Roraima. Essa informação veio à tona depois que o ministro Luís Roberto Barroso, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF), levantou o sigilo sobre o inquérito. Após analisar mensagens no celular do senador, a PF constatou que ele atuava como se fosse um "gestor paralelo" da Secretaria de Saúde de Roraima, cobrando a liberação do dinheiro de emendas parlamentares para o pagamento a empresas investigadas no esquema.

Classificação Indicativa: Livre

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