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Camila Marinho quebra silêncio após "mata-leão" de bolsonaristas: "Ódio"

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"Nenhuma ameaça nos tira da nossa missão de informar", diz Camila Marinho  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 13/12/2021, às 18h52   Henrique Brinco


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A repórter Camila Marinho quebrou o silêncio, na madrugada desta segunda-feira (13), após o episódio de agressão contra a equipe da TV Bahia durante a visita do presidente Jair Bolsonaro a Itamaraju neste final de semana. Em um desabafo nas redes sociais, a jornalista disse que não aceita ameaça e defendeu a imprensa livre.

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"Nenhuma ameaça nos tira da nossa missão de informar. Só lamento a truculência, o ódio e a covardia dos que se acham melhores e acima de tudo e de todos. Somos trabalhadores exercendo o nosso papel: jornalistas em busca dos fatos e da verdade. Mas antes de tudo somos seres humanos. E o mínimo que queremos é respeito", desabafou.

Ela também postou a frase "conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana", de Carl Jung, e agradeceu as mensagens de apoio.

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"Obrigada a todos que mandaram mensagens e se solidarizaram diante dos fatos deste domingo. Não consegui ler tudo ainda, mas logo logo eu zero as mensagens", afirmou. Ela também postou uma foto mostrando o microfone da afiliada da Globo danificado.

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) repudiou o caso em nota e cobrou providências do presidente Jair Bolsonaro.

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Leia na íntegra a nota da Abraji:

"Abraji repudia agressão de seguranças da presidência a jornalistas na Bahia

No domingo 12.dez.2021, seguranças de Jair Bolsonaro voltaram a agredir jornalistas, no município baiano de Itamaraju. Camila Marinho, Cleriston Santana, Dário Cerqueira e Xico Lopes tentavam realizar a cobertura da visita do presidente à região atingida pelas chuvas dos últimos dias no sul do estado.

As equipes aguardavam o pouso do helicóptero no qual viajava Bolsonaro, no estádio municipal Juarez Barbosa. Os repórteres da TV Bahia, afiliada da Globo, e da TV Aratu, afiliada do SBT, tentaram se aproximar para realizar uma entrevista, mas integrantes da segurança impediram a aproximação. Um deles agarrou Camila pelo pescoço.

A seguir, Bolsonaro subiu na caçamba de uma caminhonete. Quando as equipes tentaram, mais uma vez, obter uma entrevista, um segurança pessoal tentou impedir que os jornalistas erguessem os microfones em direção ao presidente e os acusou de agressão, quando os microfones esbarraram nas costas do funcionário. O segurança também ameaçou os jornalistas: "Se bater de novo, vou enfiar a mão na tua cara. Não bata em mim. Não batam em mim."

Ao mesmo tempo, um militante bolsonarista puxou os microfones e outro arrancou a pochete de Camila Marinho. O objeto foi recuperado mais tarde por outro jornalista.

A Abraji repudia as agressões e demanda que as autoridades competentes orientem a equipe de segurança do presidente para que respeite o trabalho dos jornalistas, pois lamentavelmente esse tipo de agressão vem se repetindo. Além disso, exige que Jair Bolsonaro cesse os ataques verbais contra a imprensa, os quais incentivam sua militância a agredir repórteres e impedir seu trabalho, o qual é garantido pela Constituição Federal."

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