Eleições / Eleições 2022
Publicado em 10/04/2022, às 16h48 - Atualizado às 16h50 Foto: José Cruz/Agência Brasil Rafael Balago | Folhapress
Ciro Gomes (PDT), pré-candidato à Presidência, disse que não pretende adotar uma versão "paz e amor" na eleição deste ano.
"Eu falo o que eu quero, do jeito que eu quero, uso palavrão. Estou aqui exibindo a minha vida, tenho esta personalidade", respondeu Ciro, durante sabatina na Brazil Conference, em Boston, neste domingo (10).
O evento é organizado por estudantes de universidades como Harvard e MIT, e recebe presenciáveis como Sergio Moro (União Brasil), Simone Tebet (PMDB), João Doria (PSDB) e Eduardo Leite (PSDB).
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Ciro respondeu a uma pergunta feita pelo humorista Antonio Tabet, que citou o caso de Lula, que adotou um discurso mais brando na campanha de 2002. O pedetista tem feito críticas duras tanto contra Lula e o PT quanto ao presidente Jair Bolsonaro (PL).
Ainda sobre a eleição, Ciro disse que pretende escolher seu vice apenas em julho, e não comentou sobre as possibilidades de ter Marina Silva ou José Luiz Datena como parceiros de chapa.
Durante a conversa, o presidenciável falou longamente sobre seus planos econômicos. "O Brasil pode atingir o nível da Espanha em 30 anos, em indicadores como mortalidade infantil, renda per capita e expectativa de vida", afirmou.
O pedetista defendeu mais impostos sobre lucros e dividendos e sobre grandes fortunas, além de uma política econômica que ajude a recuperar a capacidade industrial do Brasil.
"Bolsonaro assumiu o governo com o dólar a R$ 3,70, passou de R$ 5,90 agora está em R$ 4,70. As indústrias estão indo embora do Brasil porque ninguém consegue fazer cálculos e planos de negócio".
Ciro também questionou a fala recente de Lula sobre o aborto. O petista disse que o tema deveria ser tratado como uma questão de saúde pública.
"O que que o Lula tinha de dar uma declaração como essa? Como que ele declarou que todo mundo tem direito a fazer aborto, uma coisa simplória com um assunto tão grave e complexo. Lula foi presidente da República por anos. Por que não resolveu essa questão?", reclamou.
Ele disse que a esquerda acaba "caindo como patinhos" ao lidar com questões de comportamento, como o aborto, que acabam sendo dominadas por candidatos de direita. O ex-governador cearense também disse estar buscado se aprimorar nas questões de gênero, e que busca há décadas ter mais mulheres em altos cargos em seus governos.
"É um processo permanente e humilde de aprendizado. Já reproduzi piada machista de mau gosto, mas fui aprender. Ainda tenho algumas dificuldades, com o português, como usar todos, todas, todes", disse Ciro.
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