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Conheça a primeira empresa brasileira a produzir em grande escala hortaliças dentro de piscinas

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Técnica de produção de hortaliças em piscinas é conhecida como floating; saiba detalhes  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 19/11/2023, às 08h09 - Atualizado às 08h38   Cadastrado por Verônica Macêdo


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Verdureira, empresa pioneira em saladas prontas para consumo no Brasil, localizada em uma fazenda periurbana que funciona em São Roque (SP), evoluiu seu negócio e se tornou uma agroindústria. Atualmente, ela é a primeira empresa brasileira a produzir em grande escala hortaliças dentro de piscinas.

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Para se entender melhor como essa técnica funciona, é necessário saber que, ao internalizar os processos produtivos e introduzir a hidroponia NFT (Nutrient Film Technique) como forma de cultivo das hortaliças, a marca cresceu e atraiu investimentos. Mas, os sócios entenderam que era preciso continuar inovando em busca de mais produtividade, devido à fragilidade da cadeia produtiva e as crises de abastecimento, e apostaram na técnica DWC (Deep Water Culture), mais conhecida no Brasil como “floating”, atualmente em operação em sua sede em São Roque (SP).

Até o fim de 2023, a Verdureira será capaz de produzir 39 toneladas de hortaliças por mês, em 16 piscinas, consumindo apenas 1% de água utilizada no cultivo convencional e produtividade 12,5 vezes maior.

É a primeira vez que o floating é aplicado em uma produção de grande escala no Brasil. Embora já existam poucos e pequenos experimentos no país, ossócios da empresa decidiram ir para a Holanda, em 2022, onde buscaram um benchmark para aprender o manejo correto. 

Depois da experiência com os holandeses, que são referência mundial em cultivo protegido, entenderam que as tecnologias utilizadas lá não existiam no Brasil e os custos eram inviáveis para a importação. Diante disso, o caminho foi desenvolver do zero todos os maquinários e aparatos tecnológicos necessários.

“Sabíamos que era um desafio, mas estávamos dispostos a aprender mais, testar e arriscar, pois acreditávamos que seria um divisor de água para o negócio e também para o agro brasileiro. Agora, produzimos mais, com menos esforços e recursos, além de oferecer um produto com mais qualidade para o consumidor”, explica Ari Rocha, sócio e CEO da Verdureira.

A técnica de hidroponia DWC (Deep Water Culture), mais conhecida como floating, consiste no cultivo em piscinas, onde as hortaliças são plantadas em placas que ficam sobre a água. Embora pareça algo simples, os desafios vão desde a criação das placas ideais, onde as hortaliças ficam bem posicionadas, até a oxigenação da solução nutritiva.

Se na hidroponia NFT (Nutrient Film Technique), as verduras ficam em canaletas e recebem os nutrientes via lâminas d’água, no DWC as raízes ficam inteiramente imersas na piscina.

Os testes foram realizados em uma primeira piscina, de 54 mil litros, construída em 2021 exatamente para esse fim. Diante dos desafios, viram a necessidade de aprofundar mais no processo e, após benchmarks especializados, incluindo a viagem à Holanda em 2022, introduziram novas técnicas e práticas, além de conceber as máquinas e tecnologias empregadas para o cultivo.

Neste ano, tudo foi aprimorado até a empresa chegar ao modelo ideal. Cada detalhe foi levado em consideração, as placas flutuantes com espessura, materiais e bolsões foram moldadas pela empresa, até mesmo a cor das lonas utilizadas no procedimento é capaz de impactar o resultado e percebeu-se a importância de manter o nível de oxigenação na solução nutritiva. Para isso foi desenvolvida de forma inédita uma estação de tratamento de água que mantém a solução nutritiva sempre balanceada.

A peça que faltava para o sucesso da empreitada foi descobrir como injetar oxigênio na solução utilizando nanobolhas no processo. Tudo mudou quando a marca conheceu Oliver Povareskim, da Nanobiologic, que embora não utilizasse nanobolhas para esse fim, estava disposto a desenvolver e testar. São essas nanobolhas de oxigênio que favorecem a saúde da solução nutritiva para o floating da Verdureira.

Dessa forma, além de promover o ambiente propício para o crescimento das hortaliças, não é necessário desperdiçar água na troca da solução nutritiva.Se na hidroponia NFT há a economia de 90% de água em comparação ao cultivo tradicional no solo, no floating a economia é de 99%,o que torna o método ainda mais sustentável.

“Além de utilizar menos água ao longo do processo, garantimos maior produtividade. No caso da hidroponia NFT, produzimos cinco vezes mais e agora a produção é 12,5 vezes maior com o floating. As hortaliças são maiores, mais resistentes e nutritivas”, ressalta Thiago Rodrigues Silveira, engenheiro-agrônomo responsável pela produção empresarial. Atualmente, são cultivados os mais diversos tipos de alfaces, como americana, lisa, crespa, roxa, entre outros.

A primeira piscina de floating rendeu uma tonelada de hortaliças no primeiro mês, em teste realizado em junho. Com expertise conquistada e a iniciativa bem-sucedida, foram construídas mais três piscinas, que resultam em mais seis toneladas mensais. Estão em fase de construção mais 12 piscinas, capazes de produzir 32 toneladas, que estarão prontas e em utilização até o fim de 2023. 

A marca produzirá 39 toneladas mensais por meio do método inovador, potencializando as atividades da marca para o verão, período onde há um aumento significativo de demanda e as plantações convencionais sofrem com as variações climáticas. 

Exatamente quando os consumidores e supermercados mais demandam por saladas, mais frágil era o cultivo. Com as inovações tecnológicas, não dependemos do clima e fortalecemos a cadeia, com mais hortaliças disponíveis e mais qualidade no produto final, garantindo o abastecimento dos estabelecimentos parceiros, reforça Lucas Regis, diretor comercial e também sócio da Verdureira. 

As piscinas ficam dentro de estufas, com ambiente controlado, onde é possível variar a ventilação e a temperatura conforme a necessidade. Isso permite que a agroindústria nacional produza em qualquer clima, em todas as estações do ano, além de diminuir a exposição a pragas e doenças ao longo do processo.

Ao dominar as duas técnicas de hidroponia, o NFT e o DWC, a marca brasileira ganha em competitividade comercial e pode escolher as melhores estratégias para seus cultivos. As inovações e implantação da nova técnica de DWC, além de expansão da operação em novas regiões, são resultados do recém aporte de R$ 10,3 milhões, injetados pelo fundo Baraúna Investimentos, na empresa.

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