Economia & Mercado

Venda de carne brasileira é boicotada por varejistas franceses; entenda

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Varejistas franceses tomam medida em retaliação ao acordo proposto pelo Brasil  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Pixabay
Redação Bnews

por Redação Bnews

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Publicado em 22/11/2024, às 09h21



As carnes brasileiras e de países do Mercosul estão sendo boicotadas por parte do mercado francês. Segundo o site Globo Rural, a pressão começou com o Carrefour na quarta-feira (20) e nesta quinta (21), o grupo Les Mousquetaires, que administra duas grandes redes de varejo, aderiu ao movimento.

Isso ocorre diante da negativa da França para o acordo de livre-comércio entre a União Europeia e Mercosul, que para ser validado necessita da aprovação francesa, mas o país resiste em aceitar o acordo, registrando inclusive seguidos protestos por parte de produtores agrícolas que não querem o acordo.

Segundo o jornal Valor Econômico, especialistas indicam que o acordo não vai em frente. E caso ele seja fechado, ficará esvaziado. O acordo pode ser concluído ainda em dezembro mas depende da aprovação de todos os parlamentos da União Europeia. Mesmo se a Comissão Europeia aprovar sem o consentimento da França, não terá a possibilidade de cláusulas econômicas serem aplicadas, sendo esse o principal ponto que dá sentido ao propósito do acordo.

“Mas não acho que o acordo vai sair. Me parece que ele foi desenhado para uma realidade que não é mais a do mundo de hoje, da Europa e do Brasil. Vamos chegar aos 49 minutos do segundo tempo e você vai precisar de uma renegociação com extensão de prazo. A manifestação do Carrefour é mais um reflexo disso.”, declara Livio Ribeiro, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre).
“A agricultura é uma força muito grande no eleitorado francês e Macron tem sofrido com o grau de aprovação de seu mandato pelos franceses. A assinatura do acordo vai depender basicamente de outros países que estão na Europa, de até que ponto querem comprar essa briga ou não com a França. E depende muito mais de avaliação política da importância desse acordo no momento atual.”, comenta Lia Valls, professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

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