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PT prepara “plenária da reação” para tentar segurar candidatura de Jaques Wagner na Bahia

Edilson Rodrigues/Agência Senado
Segundo organizadores, a plenária deve acontecer em Salvador  |   Bnews - Divulgação Edilson Rodrigues/Agência Senado

Publicado em 25/02/2022, às 16h55   Eliezer Santos e Victor Pinto


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Um grupo de deputados e lideranças petistas na Bahia organiza para a próxima segunda-feira (28), em Salvador, um ato político, que vem sendo chamado internamente de “plenária da reação”, para defender uma candidatura própria do partido na sucessão do governador Rui Costa (PT). 

A ideia é reverter a configuração da chapa majoritária que se formou nos últimos sem a presença do senador Jaques Wagner (PT), que, na avaliação do grupo, é o único nome capaz de unificar todos os polos da base governista.

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A reação é porque eles não gostaram, sobretudo, do tom do anúncio da retirada do senador e menos ainda da conformação da chapa. 

Nesta quinta-feira (24), diante da desistência de Wagner, o senador Otto Alencar (PSD) – após consultar a bancada pessedista de federais baianos – sacramentou a ideia de ser candidato a governador. E já teria, inclusive, comunicado a decisão ao governador Rui Costa.

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O movimento, articulado por deputados federais, quer reunir o máximo de prefeitos e aliados que defendem a candidatura de Wagner, de modo que o encontro tenha expressão tal como se vê em convenção de majoritária.

Nas palavras de um interlocutor, o objetivo da plenária “é mesmo criar o problema para constranger Wagner a mudar de ideia”.  Os petistas não descartam, contudo, procurar outro nome caso o ex-governador se mostre inflexível.

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Uma das vozes que já externaram inconformidade foi o deputado federal Jorge Solla (PT). Em nota enviada à imprensa nesta sexta-feira (25), o parlamentar "desautorizou" o lançamento de Otto Alencar como candidato do grupo. 

"Diante a divulgação na imprensa de formulações e montagens de chapa à eleição estadual na Bahia, declaramos que não reconhecemos nenhuma decisão que não passe pelas devidas instâncias partidárias. O órgão máximo de definição da tática eleitoral é o encontro partidário", afirma.

Vereadora pelo PT em Salvador, Maria Marighella também disse não aceitar a composição feita sem diálogo.

"Não autorizamos que essa seja a nossa chapa. Queremos questionar para revertê-la. Não acatamos essa decisão como nossa. Por enquanto, estamos reinvindicando participação e diálogo. Queremos participar. Se vai haver adesão, reposicionamento do partido é outra questão e ainda é cedo para falar. Não reconhecemos essa chapa como oficial para o PT assumir como sua", reagiu.

O secretário de Combate ao Racismo do PT Bahia e ex-presidente do Diretório do PT Salvador, Ademário Costa, também afirmou, nesta sexta-feira (25), que o debate sobre a possível retirada da candidatura precisa ser feito dentro e pelo partido. 

“A direção do PT na Bahia foi eleita em congresso com a estratégia de trabalhar para a candidatura própria ao Governo do Estado. Não cabe agora rever as decisões do PT fora das instâncias do partido. A militância precisa participar do debate e da decisão e nós vamos lutar para isso. Não aceitaremos nenhuma decisão sem ser nessas condições”, declarou.

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