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Desaparecimento de Bruno e Dom tem relação com 'máfia dos peixes', diz prefeito

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O desaparecimento aconteceu próximo a uma reserva que sofre com disputas entre tráfico de drogas, madeiras e garimpo ilegal  |   Bnews - Divulgação FolhPress

Publicado em 13/06/2022, às 18h36   FolhaPress


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O prefeito de Atalaia do Norte, Denis Paiva, falou nesta segunda (13) sobre sua suspeita para o caso do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips. Os dois estão desaparecidos desde o dia 5 de junho na região do Vale do Javari, oeste do Amazonas.

Para Paiva, o caso pode ter relação com a "máfia dos peixes", conforme mostrou a agência de notícias norte-americana AP (Associated Press): "O motivo do crime é uma briga pessoal pela fiscalização da pesca", afirmou.

A AP também afirmou ter tido acesso a informações que a Polícia Federal teria compartilhado com lideranças indígenas. Além da "máfia do peixe", a PF não descartaria outras linhas de investigação. A agência internacional, inclusive, ressaltou que a região do desaparecimento tem forte atividade de narcotráfico.

A dupla sumiu em Atalaia do Norte, próximo à Terra Indígena Vale do Javari, uma reserva que sofre com disputas entre tráfico de drogas, madeiras e garimpo ilegal. A área é a segunda maior terra indígena do Brasil, e sofre há anos com ataques armados a postos de controle da Funai (Fundação Nacional do Índio) e invasões de caçadores ilegais.

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Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como Pelado, foi preso e quatro testemunhas foram ouvidas. Na sexta-feira (10), uma testemunha disse à Polícia Civil ter visto o suspeito com outro homem na lancha logo atrás da embarcação onde estavam Dom Phillips e Bruno Araújo Pereira. O segundo envolvido ainda não foi identificado pela polícia. Peritos encontraram, no barco de Amarildo, vestígios de sangue.

A Unijava (União dos Povos Indígenas do Vale do Javari) explicou que Bruno e indígenas da entidade vinham sofrendo ameaças por tentar coibir invasões ao território por quadrilhas de caçadores, pescadores e garimpeiros. Relatórios das equipes de vigilância do grupo afirmam que há atuação de invasores, incluindo grupos armados.

Documentos obtidos pelo site UOL foram encaminhados a diversos órgãos de segurança, como a PF (Polícia Federal), o MPF (Ministério Público Federal) e a Funai entre fevereiro e maio deste ano.
No domingo (12), o Corpo de Bombeiros do Amazonas encontrou uma mochila, notebook e outros pertences submersos na região das buscas por Bruno e Dom Phillips. Os objetos foram achados por mergulhadores, e a Polícia Federal confirmou que eram dos dois desaparecidos.

Nesta segunda, a família de Dom Phillip foi informada sobre dois corpos localizados na área das buscas. Em nota, a Polícia Federal diz que "não procedem as informações que estão sendo divulgadas a respeito de terem sido encontrados os corpos de Bruno Pereira e Dom Phillips".

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