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'Qualquer pessoa que tivesse dado um tapa em um policial seria presa', diz sobrinho de homem morto em abordagem da PRF

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Sobrinho de Genivaldo Santos diz que a família vive com medo e com sentimento de impunidade sobre o ocorrido  |   Bnews - Divulgação Arquivo/ Bnews

Publicado em 26/06/2022, às 12h27 - Atualizado às 12h54   Redação


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A morte de Genivaldo de Jeusus Santos, 38 anos, em uma abordagem de agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), em  Umbaúba, Sergipe, completa um mês. Para o sobrinho da vítima, Walisson de Jesus Santos, o que ficou foi o sentimento de impunidade já que a Justiça Federal em Sergipe negou o pedido de prisão dos três policiais rodoviários federais envolvidos na abordagem: Kleber Nascimento Freitas, Paulo Rodolpho Lima Nascimento e William de Barros Noia.

“Um mês se passou e não temos resposta. Se fosse qualquer pessoa que tivesse dado um tapa em um policial seria preso, eles mataram o meu tio e estão soltos, juntos com a família, e nós estamos aqui tristes e sem nosso ente querido. A gente está vendo que não vai dar em nada, estamos na mão de Deus”, desabafou ao G1.

Indignado com a situação, Wallison disse que a família vive com medo. “Quem confia na polícia agora? Todo mundo está com medo. Eles pediram trinta dias para investigar mais o quê? Eles querem mais provas de quê? Os policiais deviam ter perdido a farda e estar presos”, falou se referindo ao pedido da Polícia Federal de prorrogação do prazo para concluir inquérito.

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“Eu não acredito em Justiça nenhuma. Estou indignado, o que estão fazendo com a gente é humilhante, não significamos nada. Se a polícia não protege e a justiça não oprime, não há justiça. A gente vive com medo, vamos confiar em quem?”, concluiu.

A missa de 30 dias da morte de Genivaldo Santos foi realizada na noite desse sábado (25) no município de Umbaúba.

PRF nega acesso a informações

A PRF disse que não divulgará informações sobre as condutas profissionais dos policiais rodoviários federais envolvidos na abordagem que matou Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, em Umbaúba (SE).

Para reiterar a afirmação, a corporação utilizou trechos da própria Lei de Acesso a Informação número 12.527/2011 que classifica como conduta ilícita de responsabilidade do agente público ou militar: "divulgar ou permitir a divulgação ou acessar ou permitir acesso indevido à informação sigilosa ou informação pessoal”.

Em nota, o MPF/SE informou que a Controladoria Geral da União, em manual sobre a aplicação da lei, esclarece que “não é toda e qualquer informação pessoal que está sob proteção. As informações pessoais que devem ser protegidas são aquelas que se referem à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem”. Além disso, informou que o coordenador do Controle Externo da Atividade Policial em Sergipe, procurador da República Flávio Matias, abriu procedimento para investigar suposta classificação como “informação pessoal” imposta aos processos administrativos disciplinares.

Os agentes envolvidos diretamente na abordagem foram afastados das funções pela PRF, que afirmou que não compactua com as medidas adotadas pelos policiais durante a abordagem.

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