Política

CPI da Covid: Senadores aprovam relatório final que pede indiciamento de Bolsonaro e outros 79

Jefferson Rudy/Agência Senado
Bnews - Divulgação Jefferson Rudy/Agência Senado

Publicado em 26/10/2021, às 20h30   Redação BNews


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Os senadores da CPI da Covid aprovaram, na noite desta terça-feira (26), o relatório elaborado por Renan Calheiros (MDB-AL) que sugere o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e outros 79 por responsabilidade nas vítimas da covid-19. O documento foi aprovado por 7 votos a 4.

Entre os crimes presentes no relatório estão crime de epidemia, infração de medida sanitária, charlatanismo e crimes de responsabilidade. Bolsonaro é apontado no texto como um dos principais culpados pelo agravamento da pandemia e sugere que ele seja responsabilizado e investigado por dez crimes.

Votaram a favor do relatório os senadores Eduardo Braga (MDB-AM), Humberto Costa (PT-PE), Omar Aziz (PSD-AM), Otto Alencar (PSD-BA), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Renan Calheiros (MDB-AL) e Tasso Jereissati (PSDB-CE).

E votaram contra o relatório os senadores Eduardo Girão (Podemos-CE), Jorginho Mello (PL-SC), Luis Carlos Heinze (PP-RS) e Marcos Rogério (DEM-RO).

Agora, as sugestões de aprofundamento de investigações e de indiciamentos serão encaminhadas aos órgãos de fiscalização e controle —sobretudo o Ministério Público Federal (MPF), por meio da Procuradoria-Geral da República (PGR), e o Ministério Público dos estados. No Distrito Federal e em São Paulo já há apurações em andamento.

Caso a denúncia seja oferecida, as suspeitas serão analisadas pela instância da Justiça de acordo com as pessoas que teriam praticado os crimes. Se um investigado tiver foro privilegiado em âmbito federal, por exemplo, deve ser julgado pelo STF.

A cúpula da CPI quer entregar o relatório diretamente ao procurador-geral da República, Augusto Aras. Os senadores agendaram uma reunião com o baiano para esta quarta-feira (27), às 11h30.

Lembre principais momentos

-Em maio, os ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich foram ouvidos na CPI da Covid. Ambos relatam que deixaram o governo em meio à pandemia por discordâncias com Bolsonaro em relação à condução do combate à covid-19;

-No mesmo mês, o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, confirma que o governo tentou mudar a bula da cloroquina;

-Ainda em maio, Pfizer confirma que o governo brasileiro rejeitou 70 milhões de doses;

-Pazuello faz depoimento cheio de contradições e busca preservar Bolsonaro;

-Instituto Butantan afirma que o governo Bolsonaro também rejeitou suas vacinas;

-Mayra Pinheiro, a "capitã cloroquina", admite ser autora de áudio que circulou pelas redes sociais espalhando notícias falsas sobre a Fiocruz;

-Já em junho, os irmãos Miranda denunciam um suposto esquema de corrupção envolvendo a compra da vacina indiana Covaxin;

-Otto Alencar e Nise Yamaguchi protagonizam embate durante sessão da CPI

-Em julho, durante sessão da comissão, o presidente da CPI, Omar Aziz, determina a prisão do ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, sob acusação de que ele teria mentido em seu depoimento;

-Em setembro, o plano de saúde Prevent Sênior é acusado de irregularidades durante o atendimento de pacientes diagnosticados com covid-19: omitiu atestados de óbitos, ocultou mortes em estudo e realizou testes em pacientes com hidroxicloroquina;-VTCLog: representantes da empresa depõem sob suspeita de pagamento de propina a políticos e servidores ligados ao Ministério da Saúde;

-O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, chama a senadora Simone Tebet (MDB-MT) de "descontrolada"

-Já neste mês, CPI ouve depoimento de familiares de vítimas da covid-19. Convidados, senadores e até intérprete de libras vão às lágrimas;

-Renan Calheiros provoca mal-estar entre a própria cúpula da CPI após vazamento de trechos do relatório;

Classificação Indicativa: Livre

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