Líder da oposição no Senado quer que ministro seja convocado após recusar ajuda argentina a Bahia

O senador Randolfe Rodrigues (Rede), Líder da oposição no Senado, entrou com um requerimento de convocação do ministro das Relações Exteriores, Carlos França, para que ele explique a negativa à ajuda humanitária proposta pela Argentina à Bahia para mitigar as chuvas que atingiram o sul e extremo sul do Estado.

"Convocaremos o Ministro das Relações Exteriores para dar explicações à comissão representativa no Senado e representaremos ao TCU para que o Presidente devolva ao erário o dinheiro que está utilizando em suas 'férias' e que esse dinheiro seja destinado às vítimas na Bahia", anunciou o parlamentar por meio de seu perfil no Twitter.

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Convocaremos o Ministro das Relações Exteriores para dar explicações à comissão representativa no Senado e representaremos ao TCU para que o Presidente devolva ao erário o dinheiro que está utilizando em suas “férias” e que esse dinheiro seja destinado às vítimas na Bahia.

— Randolfe Rodrigues (@randolfeap) December 30, 2021

De acordo com informações do portal UOL, o documento apresentado pelo vice-presidente da extinta CPI da Pandemia afirma que "mesmo diante de uma tragédia humanitária provocada pelas fortes chuvas", o governo federal é "incapaz de respeitar a Carta Magna e de receber a solidariedade e ajuda do governo argentino".

A Argentina ofereceu assistência de 10 "Capacetes Brancos", como são chamados os membros de uma equipe de voluntários que serve como braço de assistência humanitária internacional do governo daquele país, para auxiliar a população baiana afetada pelas chuvas.

"A oferta de auxílio dos reconhecidos 'Capacetes Brancos' incluía o envio imediato de missão com dez profissionais especializados nas áreas de água e saneamento, logística e apoio psicossocial para vítimas de desastres", ressaltou.

Na última quarta-feira (29), o número de mortos pelas enchentes na Bahia alcançou a marca de 24. A postura do presidente Jair Bolsonaro (PL), que manteve suas férias em Santa Catarina apesar dos estragos provocados pelo temporal na Bahia, tem sido criticada por auxiliares próximos ao presidente, aliados do Palácio do Planalto e nas redes sociais.

- Em contato com o @ItamaratyGovBr , a Chancelaria Argentina ofereceu assistência de 10 homens ("capacetes brancos") para trabalho de almoxarife e seleção de doações, montagem de barracas e assistência psicossocial à população afetada pelas enchentes na Bahia.

— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) December 30, 2021

Nesta manhã, pelo Twitter, Bolsonaro escreveu que o governo recusou a ajuda argentina "não seria necessária no momento". O presidente também disse que o governo brasileiro "está aberto a ajuda e doações internacionais".

- Por essa razão, a avaliação foi de que a ajuda argentina não seria necessária naquele momento, mas poderá ser acionada oportunamente, em caso de agravamento das condições. A resposta do Ministério das Relações Exteriores à Embaixada Argentina é clara a esse respeito. @govbr

— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) December 30, 2021

"O fraterno oferecimento argentino, porém muito caro para o Brasil, ocorre quando as Forças Armadas, em coordenação com a Defesa Civil, já estavam prestando aquele tipo de assistência à população afetada, inclusive com o apoio de 3 helicópteros da marinha e do Exécito", justificou.

Ontem, o Itamaraty aceitou doações da Agência de Cooperação do Japão (JICA): são barracas de acampamento, colchonetes, cobertores, lonas plásticas, galões plásticos e purificadores de água, que chegarão à Bahia por via aérea e/ou serão adquiridos no mercado brasileiro.

— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) December 30, 2021

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