Política

Direto de Itamaraju: Prefeito fala pela 1ª vez sobre confusão entre secretário e jornalistas e culpa ausência da PM

Diego Vieira/BNews
Prefeito de Itamaraju Marcelo Angenica falou sobre a atitude do secretário municipal que puxou o microfone de jornalista  |   Bnews - Divulgação Diego Vieira/BNews

Publicado em 16/12/2021, às 22h00   Diego Vieira*


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O prefeito de Itamaraju, Marcelo Angenica (PSDB), falou pela primeira vez sobre a atitude do secretário Municipal de Obras, Antônio Charbel, que puxou o microfone da jornalista Camila Marinho, da TV Bahia, durante visita do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao município no último domingo (12) em meio ao desastre ocasionado pelas chuvas que atingiram a cidade.

Em entrevista ao BNews, na noite desta quinta-feira (16), o prefeito afirmou que não viu o momento em que o secretário, que também é seu padrinho, puxou o equipamento da repórter. Apesar do ocorrido, o gestor municipal salientou que Charbel é considerado uma pessoa bastante tranquila.

“Ele é como se fosse um pai pra mim. É meu padrinho e meu amigo. Ele não é uma pessoa de fazer isso. É uma pessoa do bem, trabalhador. Quem o conhece sabe que foi um dos caras que mais trabalhou pela cidade nesses 60 anos de existência de Itamaraju”, disse.

O prefeito atribuiu a culpa do epidsódio à ausência da Polícia Militar, que segundo ele, no momento não estava presente no local. Durante a confusão, o aparelho da jornalista teve a espuma rasgada.

“A Polícia Militar se ausentou. Não sei se por ordem do governador. Eu achei uma irresponsabilidade muito grande porque independente da instituição, a Polícia Militar tem que fazer a segurança. Se talvez a polícia tivesse ali nos ajudando a fazer a segurança do presidente, não teria acontecido nada disso”, afirma.

Secretário de Itamaraju puxa microfone de Camila Marinho

No dia do ocorrido, além de Bolsonaro, Itamaraju recebeu a visita do governador da Bahia, Rui Costa (PT), que sobrevoou as áreas atingidas pelo temporal.

Ainda de acordo com o gestor municipal, o secretário mostrou arrependimento e ainda está bastante abalado com a repercussão do ocorrido. “Ele ficou chateado com tudo e está muito arrependido com tudo que aconteceu”, assegura.

Questionado sobre quais providencias foram adotadas após o caso, Marcelo disse que primeiro precisa cuidar da cidade, que ainda vive um cenário de caos após as chuvas, para só depois tomar alguma decisão.

“Não gosto de resolver nada no calor da situação, ainda mais agora que estamos passando por esse problema das chuvas. Eu disse a ele: ‘vamos cuidar da cidade e depois vamos cuidar do problema que você criou. Mas volto a dizer que divido essa responsabilidade pela ausência da Polícia Militar”, pontuou o prefeito que aproveitou para pedir desculpas pelo fato e agradecer pelo trabalho da imprensa.

“A prefeitura pede desculpas. A imprensa está aqui para divulgar e até nos ajuda divulgando toda essa situação. Estamos recebendo muito apoio porque, de certa forma, a imprensa divulgou o que aconteceu aqui”.

Além de ter o microfone danificado pelo secretário, de acordo com a TV Globo, um dos seguranças do presidente segurou a repórter com a parte interna do antebraço, numa espécie de "mata-leão". Ainda segundo a emissora, a equipe de segurança de Bolsonaro formou uma espécie de paredão no estádio onde o chefe do executivo pousou e agiu para impedir a aproximação dos profissionais da imprensa.

Rui Costa  repudiou o caso e defendeu que a liberdade de imprensa é um dos fundamentos da democracia. "Minha solidariedade à equipe de reportagem da Rede Globo, que foi agredida e impedida de realizar a cobertura jornalística durante carreata com o presidente em Itamaraju, na Bahia".

*Repórter faz, direto de Itamaraju, a cobertura das chuvas que atingem o Extremo Sul da Bahia

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