Política

Câmara de Salvador teve mortes, choro e Xuxa revoltada em 2021; relembre

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Retrospectiva do BNews relembra os principais fatos que marcaram a Câmara de Salvador neste ano  |   Bnews - Divulgação Arquivo

Publicado em 27/12/2021, às 17h14   Henrique Brinco


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A Câmara Municipal de Salvador teve um ano morno. Diante do agravamento da pandemia da Covid-19, muitos vereadores nem sequer puderam participar de sessões presenciais. Dois vereadores morreram. Contudo, algumas tretas rolaram e, na reta final do ano, o Paço Municipal acabou ganhando projeção nacional e atiçou até mesmo a apresentadora Xuxa Meneghel.

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Perdas

O ano começou com o baque da morte precoce do vereador Daniel Rios (Patriota), aos 46 anos, em fevereiro. O edil  estava internado na UTI, após passar por complicações de uma cirurgia no pâncreas, devido ao câncer. Ele também contraiu o coronavirus, mas já havia se recuperado. Rios se reelegeu em 2020 com 8.089 votos, para o segundo mandato consecutivo. O suplente Átila do Congo assumiu a cadeira.

Em março, o vereador de Salvador Irmão Lázaro (PL), 54 anos, morreu vítima da Covid. Ele estava internado num hospital em Feira de Santana, desde o dia 25 de fevereiro. Seria transferido para a capital no mesmo período, mas diante da gravidade do quadro, isso não ocorreu. Semanas antes do falecimento, Lázaro participou de uma manifestação em defesa da retomada de shows. O suplente de vereador Leandro Guerrilha (PL) assumiu o mandato.

Desafetação polêmica

A Câmara de Salvador votou e aprovou, após uma série de adiamentos, o projeto de lei que desafeta, retifica e autoriza o Poder Executivo a alienar 22 bens imóveis na capital baiana. A desafetação inclui algumas áreas verdes em Ondina, Barra, Piatã e no Itaigara. A autorização legislativa vai gerar cerca de R$ 110 milhões, que permitirá o desenvolvimento do potencial urbanístico.

A bancada de oposição votou contra o projeto, que estava sob apreciação do legislativo desde abril. Segundo a líder do grupo, Marta Rodrigues (PT), não houve diálogo com a população durante a tramitação da matéria na Casa. "Um projeto dessa natureza tinha que ter mais audiência pública para debater e não chegar em caráter de urgência urgentíssima. Não respeitou o Estatuto das Cidades, o PDDU, que prevê ampla participação em matérias com estas. O projeto não teve transparência, existe muita implicação dentro dele", declarou a petista.

O "piti" de Átila do Congo

O vereador Átila do Congo começou o mandato dando o maior "piti" na tribuna da Câmara Municipal de Salvador para criticar a interlocução do líder de governo, Paulo Magalhães Júnior (DEM), na condução dos projetos com o executivo municipal. Segundo o parlamentar, a comunicação só estava sendo feita por WhatsApp. Ele, inclusive, ameaçou romper com a base de prefeito Bruno Reis (DEM). Os dois fizeram as pazes depois e se abraçaram no Plenário.

Em agosto, também reclamou de uma visita de Bruno Reis ao Subúrbio sem convidá-lo. "Engraçado que esteve no bairro que nasci e me criei prefeito Bruno Reis e esqueceu de avisar! Sou adversário ou da base? Veja e me diga para me posicionar na Câmara!", escreveu, na legenda de um dos posts de Bruno. Ao BNews, Átila classificou como "grave" a atitude do prefeito. "Desse jeito romper e vou pra cima", ameaçou. "Ele esteve no meu bairro e não avisou. Isso é grave", completou.

O choro de Laina e Xuxa "vereadora"

As discussões sobre o Plano Municipal de Cultura de Salvador foram acaloradas. A bancada evangélica foi contra a inclusão do público LGBTQIA+ entre os contemplados da matéria. "Nesse plano que está pautado hoje, querem colocar o LGBT como cultura. Respeitamos a orientação sexual de cada um, mas a gente não tem como compactuar com algo como cristãos", reagiu a vereadora Débora Santana (Avante).

A vereadora Laina (PSOL), da mandata coletiva Pretas Por Salvador, por sua vez, defendeu o trecho e chegou a se emocionar ao lembrar o preconceito que sofreu por ser lésbica."Vereadora Debora, existe sim cultura LGBT. Existe direito LGBT, existe saúde LGBT e várias áreas. Não somos uma sigla apenas. Nós existimos", disse, chorando.

A apresentadora Xuxa Meneghel detonou a polêmica. A "Rainha dos Baixinhos" comentou a notícia do BNews sobre o caso. A frase que mais irritou a loira foi da vereadora Débora. "Respeitamos a orientação sexual? Como assim? Onde tem respeito? É condição, é desejo, é orientação, é vontade é tudo que um ser humano tem direito e nada nem ninguém na terra pode julgar ou ser julgado por isso", repudiou a ex-Globo.

 O texto foi aprovado pela maioria dos vereadores com a inclusão do termo, com os votos contrários dos evangélicos. Segundo o relator do projeto e presidente da Comissão de Cultura da Casa, vereador Sílvio Humberto (PSB), o PMC representa um salto na Cultura de Salvador, embora tenha sido motivos de muita resistência.

O "líder" em pré-campanha e o debate da sucessão

O presidente da Casa, Geraldo Júnior (MDB), iniciou uma série de viagens pelo interior da Bahia. Ele começou o ano falando em alçar voos mais altos. "Podemos concorrer ao Governo, Vice, Senado, deputado. Quem sabe não estarei apto para estar ao lado do ex-prefeito ACM Neto numa chapa majoritária", declarou.

Em agosto, discutiu com prefeitos de Vitória da Conquista a possibilidade de ser candidato a deputado federal. Com isso, começou o debate pela sucessão dele na Mesa Diretora. O vereador Carlos Muniz (PTB) e o vereador licenciado Kiki Bispo (DEM-União Brasil) foram os primeiros a colocar seus nomes para o posto.

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