Política

Noblat diz que Bolsonaro é o inimigo número um da liberdade de imprensa

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Noblat ainda aponta que Bolsonaro prefere uma imprensa que pergunte aquilo que “aprecia responder”  |   Bnews - Divulgação Arquivo / Marcos Correa / BNews

Publicado em 13/12/2021, às 10h50   Redação


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O jornalista Ricardo Noblat, em artigo publicado no site Metrópoles na manhã desta segunda-feira (13), criticou o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o classificou como “inimigo número um da liberdade de imprensa”. A opinião do articulista foi emitida logo após as agressões contra os jornalistas que cobriam a passagem do político na região Extremo Sul da Bahia no domingo (12).

Bolsonaro esteve, acompanhado por ministros, nos municípios castigados pelos estragos das enxurradas e, na ocasião, um dos membros da equipe de segurança de Bolsonaro segurou a repórter da TV Globo, Camila Marinho com a parte interna do antebraço, numa espécie de "mata-leão". Os repórteres da TV Aratu (SBT) também foram impedidos de erguer seus microfones em direção ao presidente.

“Direto ao ponto: embora parte da imprensa não reconheça por medo, cumplicidade ou em troca de favores milionários, o presidente Jair Bolsonaro é hoje seu maior inimigo. Quer dizer: o maior inimigo da liberdade de imprensa no Brasil”, inicia o Noblat em seu texto ao tempo que também rememora os ataques contra comunicadores em Roma, na reunião das 20 maiores economias mundiais.

“Bolsonaro limitou-se a afagar o ombro do segurança agressor na esperança de acalmá-lo. Na hora, não o repreendeu com a severidade merecida. Em seguida, deu às costas para os jornalistas quando um deles foi atacado por um dos seus apoiadores”, continua Noblat no texto.

No artigo ele ainda aponta que o presidente prefere uma imprensa que pergunte aquilo que “aprecia responder”.

“Mas há uma escandalosa diferença: desde a redemocratização do país em 1985, somente Bolsonaro expressou sua fúria contra os jornalistas e as empresas que os empregam. Somente ele estimulou a violência contra os que se restringem a cumprir seu papel. Presidentes em apuros tentam confundir-se com o Estado na esperança de ser poupados de críticas. De fato, sua honra é distinta da honra nacional. Eles passam, o país fica. E muitos acabam sendo reduzidos pela História a simples notas de pé de página”.

Noblat também cita o Brasil nunca ter eleito um presidente diretamente que tenha feito tanto mal ao Brasil. “Acertos não ensinam. Infelizmente, só aprende-se errando”, conclui.

REAÇÕES - O governador da Bahia, Rui Costa (PT), subiu o tom contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) na manhã desta segunda-feira (13). O petista classificou o ato promovido pelo chefe do Planalto como evento político partidário sem demonstrar solidariedade ao povo do Extremo Sul baiano atingido pelas fortes chuvas.

“Infelizmente não tenho grandes expectativas do governo federal. Teve episódio de ontem e quero registrar solidariedade aos profissionais da TV Globo que foram agredidos no ato político feito pelo presidente”, disse à TV Bahia.

“Ele [Bolsonaro], infelizmente, não veio prestar solidariedade e nem visitar o povo. Ele veio fazer carreata e mobilizou seus fanáticos do Extremo Sul para ficar gritando e fazer ato político partidário e agredindo repórter”, completou.

Bruno Reis (DEM), prefeito de Salvador, também se manifestou sobre o caso. “Obvio que a gente lamenta episódios como esse. É injustificável. Até porque a própria imprensa ajuda a noticiar o que está acontecendo - algo que seria positivo para o presidente", avaliou Reis. O democrata destacou que sempre procura ter com a imprensa uma relação de "alto nível", pois sabe da importância do trabalho dos profissionais de comunicação para divulgar informações à população.

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